Publicado em 20/02/2025 06h00 | Atualizado em 20/02/2025 15h07
O Carnaval está chegando e, com ele, a tentação de exagerar na bebida alcoólica. Em fevereiro, mês dedicado à prevenção ao uso abusivo de substâncias que podem gerar dependência química, é essencial refletirmos sobre a nossa relação com o álcool. O consumo abusivo pode prejudicar a saúde física, mental e social de maneira profunda.
Mas você sabe o que é consumo abusivo de álcool? Segundo o Ministério da Saúde, considera-se abusivo quando um homem consome cinco ou mais doses de álcool em uma única ocasião no mês; ou uma mulher, quatro ou mais doses. Uma dose padrão de bebida alcoólica no Brasil corresponde a 14 gramas de álcool puro, o que equivale a 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado.
Embora o álcool seja amplamente consumido, muitos brasileiros não percebem que o estão utilizando de forma excessiva. A pesquisa “Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2023” (CISA) revelou que 75% das pessoas que abusam do álcool acreditam fazer um consumo moderado. Isso destaca a importância de estarmos atentos ao nosso comportamento e ao impacto do álcool em nossa saúde.
A pesquisa Vigitel (Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) realizada entre 2006 e 2023 mostrou que a frequência de consumo abusivo de álcool aumentou de 15,7% para 20,8% entre os adultos das 27 capitais brasileiras. Esse crescimento é preocupante e reflete uma mudança nos padrões de consumo, com riscos diretos à saúde individual e coletiva.
Na pesquisa sobre o perfil de saúde realizado com servidores da CLDF em 2024, 48% dos entrevistados afirmaram consumir seis ou mais doses de álcool em uma única ocasião, caracterizando consumo abusivo. Quase 18% deles apresentaram Beber Pesado Episódico (BPE), um padrão de consumo muito arriscado para a saúde.
O BPE é caracterizado pela ingestão de grandes quantidades de álcool em uma única ocasião. Esse comportamento pode levar a intoxicação alcoólica, perda de coordenação, julgamento prejudicado e maior risco de acidentes e violência. Além disso, pode causar problemas mais graves, como desidratação e coma alcoólico.
A redução do consumo nocivo de álcool é uma prioridade de saúde pública no Brasil e no mundo devido aos graves impactos que causa na saúde física, mental e social das pessoas. O consumo excessivo está relacionado a uma série de doenças crônicas, como problemas hepáticos, cardiovasculares e neurológicos, além de transtornos mentais, como depressão e ansiedade. Ademais, o álcool é um fator determinante para a ocorrência de acidentes, violência e intoxicações, representando um risco significativo para a segurança pública.
Se você identificou sinais de consumo abusivo de álcool, é importante buscar ajuda. Existem diversas opções de apoio, como a psicoterapia, que oferece suporte emocional e ajuda a lidar com os gatilhos do vício. Grupos de apoio, como os Alcoólicos Anônimos (AA) e a Terapia Comunitária Integrativa (TCI), proporcionam espaços de compartilhamento e solidariedade. Não enfrente isso sozinho: a conscientização e o apoio adequado são os primeiros passos para uma vida mais saudável.